sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Relações entre a mitologia grega e o cristianismo

ESTE POST É DE UM COLABORADOR DO BLOG, POSSO DISCORDAR DAS IDÉIAS AQUI ESCRITAS, MAS DEFENDEREI ATÉ A MORTE O DIREITO DE SEREM POSTADAS.(HEREGE)


Esse post tem a finalidade de demonstrar de modo básico como a cultura grega em diversos momentos se assemelha à cultura bíblica, mostrando diversos aspectos da cultura grega que parecem-se extremamente com a judaico-cristã. Quem assistiu Zeitgeist sabe que muitas narrativas bíblicas foram adaptadas de e por outras culturas. E isso não é nada condenável ou inexplicável, visto que essas civilizações desenvolveram-se em um perímetro muito limitado. Para chegar no ponto onde quero, irei explicar um pouco de como se organizaram essas civilizações (como disse HEREGE nos comentários, essas não são as primeiras civilizações - podem surgir posts futuros sobre essas).

Com o surgimento da agricultura, os povos, que estavam se tornando sedentários, precisavam de um local fértil para garantir a produção agrícola durante o ano todo, já que a caça e pesca estavam cada vez mais caindo em desuso, por causa da domesticação de animais para consumo. Sendo assim, alguns agrupamentos humanos foram surgindo, e entre os que viveram e lutaram pela mesopotâmia, destaco os acádios, persas, egípcios, caldeus, babilônicos, e os hebreus (de origem judaica - a mesma da religião), entre outros. Quem ler a bíblia verá a influência de todos esses povos na história dos próprios hebreus, como por exemplo a dominação egípcia na época de Moisés, o domínio Babilônico séculos mais tarde, a libertação dos Hebreus pelo povo Persa... Enfim... como estavam todos em um território muito próximo e disputado, não é para menos que um povo conquistasse o território do outro rotineiramente. Essa conquista acaba por gerar misturas culturais, e muitas vezes religiosas. Na bíblia existem inúmeras referências de combate à Idolatria ou à miscigenação de povos - que por sinal era um risco muito grande para a preservação da cultura dos mesmos. Essa é apenas uma introdução àquilo que se viu em Zeitgeist com relação à referências de personagens e narrativas tidas como cristãs em outras culturas.


Bom... paralelo a isso, existiam outras culturas fixadas em outros cantos da Europa, África e Ásia. Como os asiáticos não tiveram relações com os europeus e africanos, sua cultura foi totalmente diferente, como vemos em todas as manifestações orientais, como o Budismo, Hinduísmo, entre outras, que se mantém distantes, sob certa ótica, das ideias e cultura ocidentais.

Os gregos, em especial, são o povo que eu procuro estudar mais a fundo nessa postagem. Para isso, é necessário entender como se deu o desenvolvimento de sua cultura. Os gregos, assim como outros povos, recorreram à mitologia para explicar fenômenos e divindades. Como, por exemplo, o surgimento de alguns animais (como Quelone, que por sua preguiça foi transformada em tartaruga), ou a instauração do mal sobre a terra (quem não ouviu sobre a caixa de Pandora, né...). Essas narrativas serviam para explicar o mundo. Assim como explica-se que chove porque é vontade de Deus. Essas explicações não abrem espaço para dúvidas nem intervenções, são suficientes em si. Duvidar é blasfêmia. Mas os gregos, diferentemente de outros povos, desenvolveram a ciência e a filosofia, fazendo cair em desuso a mitologia, e focando suas atenções no homem. Isso é claro ao analisar-se a arte produzida por eles. Na era mitológica, a arquitetura se fortaleceu, com a construção de templos e oráculos. Na lógus, período onde a filosofia e ciência instauraram-se, o homem passou a ser o centro da atenção, com vemos na estatuária e nos ornamentos relativos à jogos olímpicos, por exemplo.

Entretanto, as outras culturas, em sua maioria, ignoraram a razão humana, e continuaram pensando o mundo de maneira ideológica, com olhos apenas na religiosidade. Seriam necessários vários posts para mostrar como Roma tomou a Grécia, como o Cristianismo e o politeísmo dessa cultura se chocaram e provocaram sua queda, como ocorreu a Idade Média. Mas por hora é suficiente mostrar um fato: a ciência só passou a ser valorizada e praticada após o Renascimento, quando as ideias cristãs praticadas durante toda a Idade Média caíram por terra, substituídas pelas ideias gregas que Renasceram (Renascimento). Se a insistência na mitologia cristã não tivesse sido tão rígida, teríamos uma civilização muito evoluída atualmente. Evoluída mil anos a frente. Exato. A Idade Média, onde a ciência era perseguida, a alquimia punida, a filosofia e astronomia castigadas, foi um período negro, que durou mais de 900 anos, onde apenas as ideias do papa eram respeitadas, e todas as outras passíveis de fogueira.

Para compreender como o mundo é hoje, precisamos olhar para o passado e ver que a maioria das religiões surgiram de um mesmo ponto: a necessidade. Entretanto, os limites da religiosidade não foram devidamente respeitados. A procura pelo interior, o humano enquanto divindade, foi negado. O Homem é muito importante no mundo, e esse precisa encontrar-se como tal. Olhar para dentro de si, negando-se a digerir tudo o que lhe é jogado. Os gregos assim fizeram, e se seu pensamento se mantesse, ou pelo menos se transformasse e evoluísse, o mundo hoje provavelmente seria outro: mais aberto, mais desenvolvido, talvez mais humano.

Em outro post irei disponibilizar algumas narrativas da mitologia grega, para contrastar com a cultura judaico-cristã. Muitas coisas são extremamente parecidas. E também procurarei pontuar alguns pontos comuns de culturas mesopotâmicas com a judaico-cristã. Quanto a esse último, não irei aprofundar muito, pois várias ideias já estão expressas em Zeitgeist. Recomendo para quem não assistiu ainda. É um excelente documentário para compreendermos de fato aquilo que ouvimos desde crianças em nossos lares e igrejas.

Um grande abraço!